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DVCO Res Furtiva – A loucura que virou App

A banda DVCO existe desde 2010, seu nome vem do lema “non dvcor, dvco” da cidade de São Paulo e significa “não sou conduzido, conduzo”, ou seja, uma banda de rock + eletrônico bem paulistana, mas guarde os preconceitos MEO, você vai ver que vale a pena.

Em 2011 divulgaram o primeiro EP e, além de vários shows, chegaram a tocar em duas edições da virada cultural e se apresentar no MIS (Museu da Imagem e do Som).

Eis que chega 2013 e aí começa nossa saga (aqui bem encurtada, prometo). Esse bando de malucos resolveu fazer um disco, 11 faixas. Seu nome: Res Furtiva, também do latim, “coisa roubada”. E seria só mais um disco se não fosse a forma como ele se misturaria à outras mídias.

As músicas se encaixariam ao longo de uma história, em quadrinhos, cujas imagens seriam pinturas e esculturas a serem feitas pelo artista Rato espalhadas pela cidade de São Paulo, e fotografadas pelo grande Sérgio Silva, unindo outras fotos do cotidiano da cidade.

Deu pra entender? É uma HQ em cima de fotos e pinturas na cidade de São Paulo, registradas por um fotógrafo contando a “história secreta” da cidade em uma conversa entre ela, a cidade, e M, um morador de rua, com as músicas entrando nos pontos de virada. É uma mistura linda.

A intenção era produzir as HQs impressos em um formato grande, com o CD no encarte para ser ouvido nas páginas certas, onde a história pausa e se vê a letra da canção. Parecia ótimo, mas você faz ideia do custo de produzir algo assim, com alta qualidade e em pouca tiragem? Eles também não, mas descobriram: mais de 100 reais cada, de custo, era inviável. Tentaram financiar pela Lei Rouanet, trombaram espertinhos tentando aproveitar pra tirar uma grana alta em cima deles, enfim, não rolou.

O projeto acabou ficando engavetado por anos até que no reveillon de 2017/2018, que passei na casa do meu amigo Rodrigo, ou Norton Bell como se apresenta artisticamente, ouvi dele essa história e como ele sentia um vazio por não ter conseguido lançar o projeto. Norton é responsável pelos vocais, sintetizadores e roteiro da HQ, que até então eu desconhecia.

Sou programador talvez há cerca de duas décadas, e apesar de ter me formado em Administração, meus empregos sempre se tornavam programar. Além dos blogs, sites criados, programas, e mais recentemente me voltei para o UI/UX numa intrastartup da empresa onde trabalho (aliás preciso rever a interface aqui do 2Centavos que segue a mesma desde 2011 haha).

Voltemos ao reveillon.

De alguma forma a conversa chegou ao ponto em que pensamos “e se a gente fizesse um app? o custo pra desenvolver seria menor, o preço unitário de compra seria bem baixo porque não tem custo unitário de fabricação, vamos atingir muito mais gente…”, nossa cabeça explodiu. Era isso o tempo todo, a melhor e mais completa solução!

Bem, eu ainda não faço apps, mas conheço quem faça, muitíssimo bem, e a preços excelentes, meu amigo Rafael Toledo. Já trabalhamos juntos em projetos de web e apps, eu cuidando do front-end e ele do desenvolvimento, então a escolha foi direta, vou cotar com o Rafael. Orçamento recebido, ótimo como sempre, mas a vida tem seus percalços, e foi só no final do ano passado, 2019, que Norton falou “ok, temos a grana, bora fazer esse negócio!”

Passamos Dezembro e Janeiro debruçados, desenhando o app, a jornada de usuário, o livro que era um PDF completo foi picado em páginas sem diálogos que seriam inseridos pelo app pra podermos ter versão português e inglês, as músicas, os sons de background das páginas de história da HQ, escolha de tipografia, programação, bugs, correções, madrugadas…

Até que alguns dias atrás o primeiro beta estava pronto, enviei para o Norton (que sempre me responde por áudio, mal de produtor musical talvez).

Envio do instalador com dois checks azuis no Whatsapp, nenhuma mensagem dele por 01h10, e então:

Bem, isso faz tudo valer a pena. Além de boa música, uma ideia foda, era um projeto de um cara que precisava ver isso se materializar, e aconteceu.

Chegamos a hoje, dia do lançamento. E por que hoje? Como ficou claro, a banda e a HQ são totalmente ligados à São Paulo e hoje é aniversário dessa metrópole que odiamos amar, então não haveria dia melhor pro lançamento. Baixe agora mesmo:

DVCO para Android na Play Store

DVCO para iPhone na App Store

Modéstia a parte, ficou lindo. Soturno como precisava, simples como todo app deveria ser, sonorizado, fluido, e teve até show pra apresentar ao público!

(o vídeo começa direto na HQ para ser horizontal, mas o app também tem o player para ouvir as músicas quando quiser, veja nas imagens mais abaixo)

Por Juan Lourenço

Tech, UI/UX, agile, code, game, movie, travel. Criador do ChatDireto.com e eco4planet.com