O Chi Fu se tornou um dos meus mais frequentados destinos gastronômicos em São Paulo.
É um chinês autêntico, roots, de cardápio cantonês absurdamente variado e delicioso. E com tantas peculiaridades que o sabor dos pratos QUASE fica em segundo plano.
Em primeiro lugar, não vá se o seu conceito de comida chinesa for “yakissoba, bifum e frango xadrez”. Os pratos são tradicionalíssimos da cozinha cantonesa, e muito provavelmente você se deparará com ingredientes que nunca viu ou provou antes. O tempero também é muito peculiar e tradicional – há pratos bem apimentados, outros agridoces, mas tudo é muito saboroso e preparado com esmero.
A variedade, como disse, é gigantesca. Peixes, lulas, polvo, pato, frango, rã, king crabs, camarões, lagostas… é só pensar num bicho e olhar o cardápio. E tudo preparado de diversas formas diferentes.
Outra curiosidade são os garçons. São todos chineses e pouquíssimos arranham alguma coisa em português.
E embora o cardápio tenha os nomes dos pratos em português (com erros divertidíssimos), é uma tarefa hercúlea pedir indicações, esclarecimentos sobre ingredientes e outros detalhes. Por isso, não se sinta acanhado em apontar pra mesa dos outros caso tenha visto algo que lhe apetece; é bastante comum (e muito mais fácil).
Eu recomendo qualquer um dos Chop-Suey (risotos, tipo um yakimeshi), acompanhamento básico pros demais pratos. O nirá com camarão também é sensacional, assim como os demais frutos do mar. Também tem um tofu frito recheado com camarão que é de comer chorando, ainda mais se acompanhado de Wan Tans, uma espécie de pastelzinho frito.
O atendimento é bem mais ou menos, em parte por causa da barreira do idioma e outros aspectos culturais. Mas alguns garçons são atenciosos e tem paciência em explicar as coisas. Não hesite em pedir outro garçom caso o diálogo esteja impossível. E os pratos chegam com uma rapidez incrível. Nada de ficar esperando eras.
O ambiente é relativamente novo, porque a casa antigamente ficava ali na Barão de Iguape (e era, segundo consta, bem mais nível “sujinho). O espaço é amplo, dividido em 2 andares, e as mesas redondas são gigantes, pra 7 ou 8 pessoas. Isso gera um certo inconveniente, pois a casa vive lotada e é muito comum os garçons pedirem pra você dividir a mesa com outras pessoas. É tranquilo, mas tem gente que não gosta.
E só pra ilustrar o caráter DIVERSÃO de um almoço no Chi Fu: logo na contracapa do cardápio, um bilhete escrito à mão: “Só aceita DINELLO”. Sensacional.
A casa não aceita qualquer tipo de pagamento que não seja dinheiro vivo. Isso é importante porque caso vá munido apenas do cartão, você terá diálogos semi-bilíngues intermináveis só pra explicar que não tem dinheiro. O lado positivo é que os pratos são baratos: grande parte deles dá pra 2 pessoas, e a média per capita de um almoço fica em no máximo R$ 45 reais.
Claro que pratos mais excêntricos, como o King Crab, lagostas ou camarões puxam a média pra cima. Mas valem quanto pesam.
Que mais? Estacionamento conveniado ao lado do restaurante. Não abre de segunda.
E chegue CEDO. Recomendo chegar no máximo ao meio dia para o almoço, e umas 19h para o jantar. Depois disso, prepare-se para aguardar na fila da porta.
Chi Fu Restaurante (Link Google Maps)
Praça Carlos Gomes, 168 – Liberdade, SP
(11) 3140-2750 (boa sorte se quiser ligar lá e não falar chinês!)
Fonte da foto: http://glaucojunqueira.blogspot.com (sem autoria)
