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Waze – O GPS Social

Artigo exclusivo para o 2Centavos :)

Pra quem trabalha com marketing, branding e produtos de maneira geral, a regra é clara: Ou você diferencia seu produto, ou diferencia seu público.

O Waze fez melhor que isso: juntou os dois. Seu grande diferencial é justamente a interação do seu público-alvo.

É um app gratuito de navegação por GPS, cujo grande apelo é ter nos usuários a maior fonte de informação. Ou seja, o app em si cuida da parte de navegação, mapas e rotas. Mas os POIs, eventos e trânsito são todos alimentados em tempo real por cada usuário do Waze.

É um puta conceito inteligente. Imagine que você está indo pra casa da sogra e se depara com a avenida principal completamente congestionada. O Waze detecta que você parou em uma via de movimento rápido e pergunta, via pop-up, se o trânsito está zoado.

Quando você clica em SIM, todos os usuários do Waze veem aquela informação no mapa – as vias ficam na cor amarela, laranja ou vermelha de acordo com a intensidade relatada (e também pelo volume de ocorrências iguais no mesmo local), podendo inclusive confirmar a ocorrência.

E funciona. Ao traçar a rota, dá pra saber com antecedência como está o trânsito no meio do percurso. Também é possível reportar e ver radares móveis e fixos, batidas policiais, blitz e afins.

Existem outros recursos sociais que interessarão ao povinho mais conectado: Você pode criar um perfil Waze, com avatarzinho personalizado e tudo mais, e consegue ver no mapa outros Wazers nas redondezas. Também dá pra bater papo com outros usuários, deixar mensagens nas vias por onde passa, e até mesmo participar de grupos ou comunidades (tipo “Wazers do bairro do Limoeiro”). É uma integração bem interessante.

Outra jogada que funciona (a la Foursquare) é dar pontos ao usuário que reporta ocorrências. Cada vez que você informa um congestionamento, percorre distâncias longas ou corrige o mapa, vai ganhando pontos e subindo de nível – todos começam como Waze Baby, mas podem se tornar Waze Royalty se forem realmente participativos.

E nem preciso falar que ele pode ser totalmente integrado ao Twitter e Facebook.

O mapas estão disponíveis offline, mas é óbvio que todos os recursos que requerem integração e interação requerem uma conexão internet – 3G recomendado.

Tudo isso parece ótimo para um app que, ainda por cima, é gratuito. Mas existe um porém – o mais básico de todos: A navegação.

É péssima. As rotas que ele calcula são, na maior parte das vezes, bizarras. Voltas no quarteirão, ruas inexistentes, contra-mãos… tudo isso é extremamente comum até mesmo nas rotas mais simples. Se é que você vai conseguir digitar uma rota. Porque há centenas de ruas que simplesmente não constam no mapa.

Quer dizer, elas existem. Mas estão listadas como “Via sem nome”. E se você tiver o azar de precisar ir a uma rua não-indexada, não vai nem conseguir traçar a rota.

O Waze também tem o péssimo costume de demorar no recálculo das rotas. Talvez tenha a ver com o problema acima, vai saber.
É, em suma, pouco confiável nesse sentido. O que é uma pena, pois a ideia e o  conceito são muito bons. Se serve de consolo, o app está em constante atualização e tem grandes chances de amadurecer bem – hoje ainda está bastante verde.

Recomendo porque é gratuito. Se custasse um dólar sequer, pensaria duas vezes.
Disponível para iOS, Android e Nokias.

Por Sérgio "Sobrenada"

Sr. Sobrenada, sobretudo, é publicitário, marqueteiro e tricolor, sim senhor.
Crítico, cético, ácido. Imoral, ilegal e engorda.