Categorias
Cotidiano

Sim, sites de namoro funcionam (Badoo e OkCupid)

Encontrar a pessoa certa é mais do que uma vontade, é um desafio pelo qual quase todos passam em algum momento da vida. Existem diversas formas de fazer isso e a mais conhecida chama-se: paquerar na balada.

Provavelmente você já tentou, teve sucessos e fracassos, talvez tenha até lido sobre isso antes, existem tutoriais, dicas, sugestões dos amigos, há toda uma ciência por trás da pegação-regada-a-álcool-nas-madrugadas.

Mas há os poréns: talvez o tipo de pessoa que você procura não esteja nas baladas (ao menos não nas que você costuma ir), talvez você seja ruim de xaveco, talvez você simplesmente não tenha confiança suficiente pra chegar nas garotas, ou esteja sem sorte.

 

Acontece com todo mundo

Talvez seus amigos não sejam do tipo que incentiva ou dá dicas de como fazer e na falta de um empurrão, simplesmente você pode não aprender a milenar técnica do “Oi, você vem sempre aqui?”. Se isso se somar a uma auto-estima não muito alta, pronto, você vai ficar sozinho pra sempre.

Há também a falta de sorte, seja lá o que “sorte” significar – as vezes a maré pode estar ruim e uma ajuda sempre é bem vinda. A correria dos nossos dias e um computador ou celular sempre por perto estão fazendo os paradigmas da conquista mudar. E a Internet, amigos, é linda.

Dependendo do que você procura, relacionamento sério ou sexo casual, os requisitos podem ser diferentes. Eu me interessava pelo primeiro, então vejamos o que diz esta voz da experiência que vos fala.

 

Prepare o terreno

Elevar a auto estima ainda é bem recomendado mesmo que você vá ficar inicialmente atrás de um monitor. É preciso confiar no próprio taco, acreditar que você pode conquistar, que tem algo a oferecer, que ela/ele vai escolher estar com você no lugar de outro qualquer. Não estou dizendo para se sentir o Don Juan, mas saia desse fundo de poço!

No meu caso, mudei corte de cabelo, dei uma revisada no estilo de roupas que uso, fiz limpeza de pele e entrei para a academia há vários meses. Nada tão difícil, pare de frescura e faça.

Você precisará de algumas boas fotos, umas 3 já devem ser suficientes. Procure nos seus arquivos dando preferência pelas mais recentes e, se for o caso, tire uma por conta própria, até porque boa parte das que temos costumam ser com amigos do lado, não servem.

Revise também seu perfil no Facebook, ele será fundamental e você não quer espantar a moça com publicações idiotas, fotos vergonhosas ou a profissão: “VASP – Vagabundos Anônimos Sustentados pelos Pais”

 

Ao trabalho

Minha primeira incursão foi no Badoo. Totalmente em português, gratuito e bem simples. Você se cadastra, dados básicos, fotos, e já pode começar a usar o “Encontros” para ver, uma após a outra, as mulheres: uma foto grande, outras menores que podem ser clicadas para ampliar, e três botões fundamentais, “Sim!”, “Talvez” e “Não”. Também é possível ver nome, idade, cidade e alguns dados adicionais. Na prática, o foco são mesmo as fotos.

A outra pessoa é informada quando recebe um “Sim” ou “Talvez”, mas não sabe quem foi a menos que ela tenha “Superpoderes” (calma, você vai entender). Independente disso, se, por coincidência, a outra parte também te der um “Sim” ou “Talvez”, ambos recebem o link do outro. O problema é que são tantos usuários que isso pode demorar muito ou simplesmente nunca acontecer, então ative os “Superpoderes” para saber quem gostou de você – para isso você pode pagar ou apenas convidar amigos, o que explica sua caixa de e-mails com tantos convites do Badoo.

Serão horas votando, por vários dias. Dependendo do seu grau de exigência, os votos positivos podem ser em torno de 1 a cada 10. Tenha paciência.

Aos poucos devem aparecer visitantes no seu perfil, pessoas que votaram em suas fotos e pessoas que querem conhecer você – visite o perfil delas e vote, se bater no mínimo um “Talvez” dos dois lados, você terá a tão desejada atração mútua.

 

Hora da verdade

Finalmente começam a aparecer as atrações mútuas, é hora de chamá-la por mensagem (dentro do próprio Badoo), e aqui começa o trabalho duro.

Se você tem facilidade com as palavras, tudo fica mais fácil. Mesmo não sendo bom de xaveco, uma das possibilidades que levantamos antes, por escrito a coisa é diferente, há tempo pra pensar, escolher os termos, falar a coisa certa. Não seja estúpido, nada de ir com muitas sede ao pote, vá com calma e educação. Comece com um simples “Oi, tudo bem?” e depois de receber a resposta, pergunte de onde é, o que faz (se mostre interessado pelo trabalho ou estudo), questione gostos como baladas, cinema, comida…

Sentindo o caminho se abrir, sugira que se adicionem em outro lugar – o Facebook sempre me pareceu uma ótima direção pois você vai poder fuçar conhecer melhor através do perfil, das postagens e das fotos (lembra daquela revisada no seu perfil? É para neste momento você não estragar tudo). Outra opção é adicionar em um IM como o Skype, mas vá devagar com a vontade de pedir para ligar a webcam, isso pode jogar suas chances pelos ares.

Continue a conversa e quando perceber a possibilidade, convide para sair. O gelo já foi quebrado, vocês já se “conhecem”, então não tenha medo de partir pro cara a cara. Se ela se mostrar relutante nessa hora, tenha paciência, tente novamente ao longo dos dias seguintes e continue no Badoo abrindo novas possibilidades.

Na hora do ao vivo, é com você amigo.

 

Mas não funcionou

Diferente do que pode parecer, não tive sucesso. Muitas conversas, dois encontros, nenhum resultado. O perfil das pessoas não parecia bater com o que eu procurava, pode dar certo com você, sério mesmo, tente.

Eis que surgiu outra indicação, que literalmente iria mudar minha vida: o OkCupid.

 

Igual o Badoo, mas não

O OkCupid é um dos mais conhecidos sites de namoro do mundo, chegando a ter propaganda na TV dos EUA, por exemplo. Provavelmente por ser em inglês, boa parte do público brasileiro acaba se afastando. É bem diferente, pessoas interessantes, maior parte com alto grau de instrução e profissões bacanas – o número de “Sim” tende a aumentar. À quem interessar, existem muitas bissexuais.

Outro grande diferencial é a forma como você preenche o perfil: além de existirem cerca de 10 perguntas amplas que ficam em destaque (coisas que você gosta, o que está fazendo, o que se “precisa ter para entrar em contato comigo”…), também existem centenas e centenas de perguntas com 5 opções de respostas para que o sistema, usando seus algoritmos do amor™, apresente os melhores resultados de pretendentes. Responda quantas quiser, mas, teoricamente, quanto mais, melhor.

As tais perguntas envolvem suas ideias sobre relacionamentos, sexo, política, finanças e sabe-se lá mais o que (os próprios usuários podem sugerir novas perguntas), e a cada resposta dada você define quais respostas gostaria que a garota tivesse dado, qual o grau de importância dessa resposta para você, ou se simplesmente não se importa com a resposta dada para a questão.

Como dito, são menos usuários do que o Badoo, então na minha cidade apenas uma dúzia de mulheres estavam listadas. Quase desisti, mas resolvi ampliar as distâncias aceitas (o que incluiu basicamente todo o estado). Surgiram centenas. A votação é feita em uma a cinco estrelas e a atração mútua acontece quando ambos os lados dão ao menos quatro estrelas um para o outro. Acontecendo isso, o processo é o mesmo, mande uma mensagem, se conheçam, partam pra fora do site, e depois pra fora da Internet.

 

Sim, é possível

Em poucas semanas uma das conversas começou a avançar mais do que o normal, partiu para o Facebook, Skype, chegamos à webcam (calma lá, sem sacanagens!), até que finalmente, por coincidência, tive um compromisso na cidade onde ela mora. Aproveitamos para nos encontrar e só posso dizer que a partir daí deu tudo muito certo. É a mulher mais linda, divertida, inteligente, carinhosa, verdadeira e apaixonante do mundo… estamos namorando há dois meses hoje, parabéns para nós!

Sites de namoro podem parecer estranhos a priori, realmente eu não esperava encontrar o amor da minha vida em um deles, mas são mais interessantes e bem frequentados do que se imagina. Quantos casais de amigos seus se encontraram por um e nunca contaram?

 

Acabe com o preconceito

A cultura brasileira, por algum motivo, é reticente para esse tema – nos EUA, além de sites assim serem muito usados, existem “agências de relacionamento” nas quais você vai pessoalmente, preenche uma ficha, tira fotos e são marcados encontros presenciais (incluindo aquelas cenas de filmes, em que há várias mesinhas, um casal em cada, 2 minutos de conversa, soa um apito e os homens mudam de mesa).

A coisa parece estar mudando, além dos sites citados, existem diversos outros e com grande destaque surgiu o Tinder, app (ou seja, nada de computador, tudo pelo celular), em que a dinâmica é basicamente a mesma. Baseado na sua geolocalização, ele exibe pessoas do sexo desejado com fotos e algumas informações adicionais para você dizer se gosta ou não – havendo interesse mútuo, ambos são informados e podem conversar por chat no próprio aplicativo.

 

Então, se você está a procura, tem minha forte recomendação.

Por Juan Lourenço

Tech, UI/UX, agile, code, game, movie, travel. Criador do ChatDireto.com e eco4planet.com