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Mad Max: Estrada da Fúria. Um filme pra desgraçar sua cabeça.

Assisti há dois dias e te digo: não escrevi antes porque precisava desexplodir minha cabeça primeiro. Sim, a sensação de WTF foi constante enquanto via o filme, e ao sair dele continuei remoendo o que tinha visto pra tentar entender alguma coisa antes que começasse a escrever.

Gosto de filme que não se explica muito, você apenas é jogado num universo paralelo maluco e tem que engolir isso. É o caso de Mad Max. Você não terá detalhes de como se chegou àquele ponto ou por que as coisas acontecem assim, por que as pessoas estão assim, apenas é.

(contém pequenos spoilers, mas não acho que comprometa)

Imagine um futuro pós-apocalíptico em que tudo está destruído, só sobrou deserto, gente doente e malucos em seus carros remontados em partes misturadas de vários outros, cheios de lanças que explodem, correndo atrás de petróleo, armas e água, basicamente nessa ordem. Comida não, aparentemente dá pra ser bem saudável comendo um único inseto ao dia.

O ápice do non-sense-isso-é-anos-80 é um guitarrista amarrado na frente de um dos maiores carros de guerra tocando insanamente (por horas, ou dias seguidos) enquanto coisas explodem e voam (imagem do topo). Mas a isso também se juntam pessoas disformes e loucas que concluimos estar assim por efeito de radiação nuclear e falta de recursos naturais.

Os carros, também vindos de 3 décadas atrás, tem partes remontadas (e algumas que não parecem ter função alguma), muito motor soltando fogo (pra quem precisa de petróleo, eles disperdiçam bastante), poucas armas e muitas lanças que explodem em fogo seguidas vezes sempre que são golpeadas em outro veículo, e tem pessoas saudáveis sendo usadas como bolsa de sangue ambulante para os esquisitões (tenho dificuldade pra aceitar que uma pessoa que pode te descer a porrada na primeira oportunidade seja a melhor forma de te manter vivo. Talvez dopar esse sujeiro, arrancar seus membros, não sei, apenas tente não ter seu inimigo como fonte de vitaminas)

O filme faz juz ao estilo original, um western de carros, perseguição seguida de perseguição pelo deserto, pouca história, e efeitos especiais muito menos exagerados do que estamos acostumados com as produções mais recentes, o que é ótimo, dá um ar mais verídico pra tamanha loucura. E o fato de uma mulher ser muito mais heroína que o Max é bem bacana, embora eu ache uma bobageira dizer que é propaganda feminista. Ah, tem um grupo de “ninfas/harém” que felizmente não é usado com muito apelo sexual (apenas na primeira cena em que aparecem, mas ao longo do filme tomam cuidado para não mostrar nada que comprometesse).

A homenagem ao estilo é completa, até mesmo nos cortes de cena em que a tela escurece, algo comum quando já preparavam para os futuros comerciais da TV.

Enfim, é bem difícil explicar. Acho que você deve ir ver sim, embora eu discorde da maioria dos reviews que colocaram o filme como a melhor ação dos últimos anos. Eu e a esposa rimos muito fazendo cara de ponto de interrogação a cada final de perseguição, e a sensação de desgraçamento da cabeça pode valer a pena.

Por Juan Lourenço

Tech, UI/UX, agile, code, game, movie, travel. Criador do ChatDireto.com e eco4planet.com