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Mad Caddies – Dirty Rice (2014)

Era por volta de 1998-99 e eu estava procurando a ROM do Road Rash, de Mega Drive, pra baixar.

Cliquei num link que veio na busca e quando fui ver, o arquivo era Road Rash.mp3. Antes mesmo de apagar (uma mp3 levava mais de 5min pra baixar naquela época) cliquei pra ouvir. E me apaixonei.

Mad Caddies é uma banda californiana de skacore e a música Road Rash, pela qual caí de amores, abre o segundo disco da banda, Duck and Cover, de 1998. Os caras vieram pela primeira vez ao Brasil no final de 2013 e, cara, como eu pulei naquele show. Road Rash foi entoada até a rouquidão.

E dezesseis anos depois de Duck and Cover chega Dirty Rice – sexto álbum de estúdio da banda.

Tecnicamente falando os caras estão muito melhores. Algumas músicas estão mais complexas e a adição de um tecladista, Dustin Lanker, que já tinha participado de algumas faixas do Keep it Going, ilustram bem essa fase. Aliás, desde 2013, Dustin é membro oficial da banda.

Faixa a faixa:

1) Brand New Scar: Teclados e metais sobressaem nessa faixa bem pop. Nada de ska, nada de core. Refrãozinho bem cantável.

2) Love Myself: Lembra um pouco as músicas do Rock the Plank. Mas é pior. Pra falar a verdade, é bem sem-gracinha. Nem o pseudo-solo de trompete no meio salva.

3) Down and Out: Segunda melhor música do disco e a primeira que divulgaram nos shows e na internet. Metais arrastados e chicletes. Não é bem um ska, é um rockzinho simples mas gostoso.

4) Shoot out the Lights: Lembra os skazinhos first wave, Desmond Dekker e afins. Boazinha, mas muito levinha pro meu gosto.

5) Dangerous: A melhor música do disco. Skazão delícia, guitarras na medida certa, metais diferentões. O “solo” no meio é quase um progressivo, digamos. Mas vale cada segundo.

6) Bring it Down: Bom e velho skacore rápido e guitarrento no começo, e que se transforma no também bom e velho ska a la Mad Caddies – trompete rasgado, agudo, escandaloso, e bateria rápida e epiléptica. Música pra rodinha em show. É a música que mais remete aos discos anteriores.

7) Shot in the Dark: Mais pra um reggaezinho, ska bem devagar. Lembra muito Mungo Jerry e sua “In the Summertime”.

8) Little Town: Parece música que toca em quisque de praia caribenha. Não que eu tenha estado em uma. De ska não tem nada. Me lembra algumas músicas do Kemuri.

9) Airplane: Não gostei. Música esquisita, parece Oingo Boingo. Não sei explicar. Pule.

10) Callie’s Song: É skazinho lento e sem graça. Solinhos de guitarra, teclado chato. Refrãozinho cantado e chato daqueles de puxar plateia de show. Passe.

11) Back to The Bed: Outra música chata. Parece… parece nada. Rock Pop com uns trompetes no meio. Chata pra caralho.

12) Drinking the Night Away: Outra daquelas baladinhas que a banda tem tentado emplacar desde os últimos 2 álbuns. É quase um acústico com corinho de vocal no refrão. Típica música de roda de violão. Dê stop e volte pra faixa 3.

Enfim: 7 anos de espera pra 3, talvez 4 faixas boas. Não compensou.

Como disse, embora tecnicamente estejam bem melhores, as músicas deste disco não têm punch. Ou pegada. Ou uma veia ska, daquelas de sair batendo cabeça.
Gostava mais quando a banda fazia skacore de verdade, botando até uns hardcore no meio. Caddies fanáticos concordarão.

Pra quem não conhece a banda, recomendo ouvirem os discos anteriores em ordem de lançamento. Pra quem conhece, bote “Dangerous” no repeat e keep skankin‘!

Por Sérgio "Sobrenada"

Sr. Sobrenada, sobretudo, é publicitário, marqueteiro e tricolor, sim senhor.
Crítico, cético, ácido. Imoral, ilegal e engorda.