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RED 2: Aposentados e ainda mais engraçados (nós vimos antes!)

Red 2

Eu demorei muito pra ver RED – Aposentandos e Perigosos (o original, de 2010) e acabei gostando quando o fiz. Com RED 2 – Aposentados e Ainda Mais Perigosos, a continuação que estreia amanhã nos cinemas nacionais (2Centavos na pré-estreia, engole essa!), foi diferente: já vi e é melhor que o original, já que a sequencia não segue a regra do realismo chato atual e exagera bastante, deixando a espionagem internacional ainda mais divertida do que no original. 

RED 2 chega num momento em que adaptações de quadrinhos da DC são sempre “sombrias e realistas” de acordo com a Cartilha Nolan de Filmes de Super Herói™ e a Falácia da Criação Formulaica™¹. A única adaptação que não seguiu esse caminho foi Lanterna Verde que, não por isso, era ruim e não foi sucesso. Executivos de Hollywood, que nada sabem sobre qualidade, focam em números e ficaram com medo: enquanto a Marvel faz miséria com seus Vingadores que não são (tão pouco querem ser) sérios, eles precisariam mirar um realismo extremo para conseguir se diferenciar. Dessa forma o Homem de Aço imperfeito foi aprovado (e com os resultados da bilheteria, parece que foi aprovado).

Por sorte RED parece ter passado tranquilo nessa onda, pois adapta uma HQ de ação para dois filmes que não querem ser levados a sério. Com uma ressalva: se o primeiro filme foi um relativo sucesso sendo uma ação com comédia, o segundo aposta sem dó na comédia com cenas de ação. A mudança de estilo já fica evidente com a troca de diretor, saiu Robert Schwentke (que rodou RIPD, adaptação de quadrinhos similar a MIB, porém com fantasmas e monstros ao invés de alienígenas, que chega ainda em 2013) e entrou Dean Parisot, que dirigiu As Loucuras de Dick e Jane, entre outros longas e alguns episódios de diversos seriados norte-americanos.

De seriados também vem o destaque do filme, a estrela de Weeds, Mary-Louise Parker. Junto de John Malkovich, sempre ótimo, os dois estão ou são motivos das melhores piadas do filme. Helen Mirren aparece menos, mas garante risadas deliciosas quando volta ao papel de rainha e ainda garante A CENA do filme durante uma das várias perseguições que acontecem. Anthony Hopkins parece não ter casado com o filme como era esperado, mas nunca vai estragar algo. Bruce Willis faz ótimas cenas de ação, todos sabemos, e ótimas piadas de relacionamento – quem viu A Gata e o Rato já sabe também. O que não sabíamos é que, além das ótimas cenas de ação ao lado de Bruce, Byung-hun Lee até consegue fazer piadas legais – por ser inesperado, talvez. Já a linda Catherine Zeta-Jones está linda e consegue ficar ainda mais linda sendo uma linda agente russa linda. Linda.

A conclusão é tão simples e divertida quanto todo o resto do filme. A possibilidade para um terceiro filme continua e, com a mudança de foco para a “gargalh’ação”, as bilheterias devem responder melhor que no lançamento do original. Como o Juan levantou no post sobre a comédia nacional, talvez o grande público não veja apelo para ver comédias “simples” na telona. Colocando ação, pesos-pesados do cinema e locações dignas de filmes clássicos de espiões, cria-se quase a obrigação de assistir o filme na telona. E não deve existir ninguém que reclamará do tanto de piadas a mais que a sequencia ganhou.

 

RED 2 é recomendado para fãs de figurões do cinema; adoradores de filmes de espiões; quem tenha gostado da Mary-Louise no primeiro e quer ver como ela ganha a cena expandindo a personagem que acaba de entrar, de paraquedas, no mundo da espionagem.

RED 2 é contra-indicado para quem não aceita Bruce Willis matando o vilão sem gritar “yippie kay yay, mother fucker”; pra quem só aceita o ótimo, porém traduzido erroneamente, O Espião que Sabia Demais como filme de espiões.

 

 

¹A Falácia da Criação Formulaica™ é muito mais do que isso e foi criada pelo @Espinafrando. Todos os direitos reservados.

Por J. P. Neto

Nasceu quando Let It Be completava a maioridade e desde então vive de pizza, música, filmes, joguinhos, séries e quadrinhos. Não vê a hora da criação da vigésima quinta hora.