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Quem converte não se diverte, ou, como viajar sem pirar (nem quebrar)

Apesar da crise, uma oportunidade pode surgir para aquela viagem bacana ao exterior. Mas o dólar está lá em cima, o euro também, então mesmo que você consiga economizar na passagem e hospedagem*, como lidar com os gastos do dia a dia em outro país?

Siga o lema “Quem converte, não se diverte”, mas calma…

 

Como assim cara?

Você deve estar achando que pirei, afinal, estou sugerindo para você sair gastando sem freio! E não é nada disso.

A dica é não fazer conversão a cada pequena coisa que for gastar, isso porque uma lata de refrigerante por 2 dólares é bem justo para um americano que ganha em dólares, seria como custar 2 reais no Brasil, mas o brasileiro que converte para 8 reais, MELDEOS, que absurdo!

Se você seguir convertendo, um museu de 17 euros na França vira mais de R$ 70, uma macarronada de 12 euros na Itália quase R$ 50 e você vai acabar não fazendo nada a viagem toda. Então, não pense em reais, pense na moeda local, e agora vem o grande truque: o budget.

 

O budget

Você precisa ter um budget, ou seja, um orçamento, uma meta de grana para a viagem. Digamos que você vá passar 10 dias num país europeu e tem R$ 4.500 para gastar lá, ou seja, R$ 450 por dia, ou seja, 100 euros. Esse é o número mágico.

A partir de agora, você vai gastar ao longo do dia pensando em euros e de olho nos 100 (de preferência não ultrapassar, mas se passar num dia, segurar um pouco em outro para equilibrar).

Assim, o café da manhã de 15 euros, o crepe de 5 na rua, a lembrancinha pra trazer pro amigo de 3, o almoço de 25… ainda são 48 e você pode gastar mais 52 euros até o final do dia, ou seja, tá tudo bem :)

Toda regra tem exceção: itens que você pode comprar também no Brasil, esses sim, é claro, precisa converter. Vai comprar um celular, uma camiseta, um óculos? Converta, isso você pode comprar aqui, e mesmo que seja uma marca que existe lá, é bom avaliar se um óculos de 200 euros, ou seja, uns 900 reais, valem a pena quando outros similares custam metade disso no Brasil.

Então, orçamento diário definido na moeda local, não converta e divirta-se!

 

Tá, mas dinheiro, cartão de crédito ou travel card?

Bom, isso varia por uma série de fatores e ao longo do tempo. Tem quem goste de levar tudo em espécie para ter noção real de quanto tem conforme gasta. Sai pela manhã com a cota do dia, no máximo uma reserva de emergência, e vai acompanhando visualmente a carteira afinando, mas isso pode ser bem perigoso (roubo, furto, perda…).

As outras opções dependem das taxas que você consegue. Ao comprar em espécie você já tem certeza da cotação, ao gastar em dólar, será a cotação da empresa de cartão na data do fechamento da fatura (algumas bandeiras/bancos já estão trabalhando com o dólar do dia da compra, isso é ótimo para ter noção do valor real, informe-se). Ah, lembre também do IOF de 6,38%!

É importante lembrar também que travel card e dinheiro, caso você volte com algum, terá que revender por taxas geralmente bem abaixo do que pagou, um prejuízo a se analisar.

Minha sugestão é uma divisão entre espécie e cartão de crédito. Apesar se não ser necessariamente a solução mais econômica, te dá liberdade para gastar em dinheiro em lugares que não aceitam cartão, mas sem precisar levar grandes volumes, e ter o cartão gerando pontos, te dando um prazinho pra pagar e sendo mais seguro.

Isso, claro, se você seguir a regra do budget dita anteriormente, ou seja, tem que somar tudo o que gasta ao longo do dia pra se manter no orçamento. Se você é do tipo que perde a noção com cartão de crédito, leve tudo em dinheiro ou travel card, assim você é obrigado a ter limite ou ficará sem grana (ainda vou sugerir que leve um cartão de crédito para uma absoluta emergência).

 

*Por que tinha um asterisco lá em cima no “hospedagem”?

Porque tem dica pra isso também, olha só! Hotéis são sempre práticos, você pode ter café da manhã incluso, cama arrumada e limpeza todo dia, isso é legal, mas ainda é um hotel, geralmente caro, pequeno, impessoal.

Existem os hostels. Sinceramente passei da fase de ter esse ânimo de ficar num quarto com mais um monte de gente que pode ser bem barulhenta, banheiro coletivo, sem privacidade…

Existem hostels com quarto privativo, banheiro privativo, aí pode até ser legal, alguns tem áreas de convivência como bares para conhecer os outros turistas. Solteiros animados podem gostar desta opção, eu prefiro a próxima.

Airbnb, essa é a dica que eu quero dar. Você provavelmente já ouviu falar, mas explico rapidamente: você pesquisa no site por um quarto ou uma casa/apartamento inteiro em determinada cidade e data, olha no mapa, vê as fotos do lugar, lê as opiniões de quem já se hospedou lá, preço, e escolhe.

Tudo é tratado diretamente com o dono do imóvel. Alguns alugam o próprio apê e vão pra casa de outra pessoa enquanto você se hospeda lá, outros montaram um apê só pra alugar.

Além de poder economizar em relação ao hotel, há a vantagem de ter um lugar inteiro para você, com sala, cozinha, eletrodomésticos, tudo, e total privacidade.

Isso também pode resultar numa economia bacana com alimentação, já que você não se vê obrigado a comer fora o dia todo, podendo usar a cozinha para preparar uma refeição e olha, em muitos países é uma delícia ir ao supermercado porque além dos preços bem legais, os produtos são de altíssima qualidade (até aqueles de marca própria, sabe?). E pode comprar coisa semipronta/congelada vez ou outra, eu sei que você pode não estar nem um pouco a fim de cozinhar numa viagem, é questão de escolha.

Então, se cadastra lá e já receba um baita crédito para sua primeira hospedagem!

Por Juan Lourenço

Tech, UI/UX, agile, code, game, movie, travel. Criador do ChatDireto.com e eco4planet.com