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Mark Millar e seus heróis dos dias de hoje

millars

Mark Millar, um católico escocês nascido na véspera de natal, é um cara legal que fez sucesso escrevendo várias das histórias em quadrinhos mais tradicionais da Marvel e mais sucesso ainda quando decidiu criar seus próprios personagens que, caso você não tenha ouvido falar, deve começar a ouvir em breve.

Mark, com amigos desenhistas, criou vários universos de histórias que são diferentes e não se interligam. Dois de seus trabalhos já se tornaram filmes – e alguns outros estão pra se tornar também.

procurado

O Procurado, de 2008, foi a primeira obra de Millar a chegar nas telonas (se você viu, lembrará da bala com trajetória curva de Angelina Jolie). Talvez por isso o bom filme de ação não teve mais do que inspiração nos quadrinhos: Um garoto num emprego horrível descobre que faz parte de uma linhagem de assassinos que controlam as mortes importantes do mundo desde muito tempo atrás. De qualquer forma, ele tem nota “6,7” no IMDb mas uma sequencia já vem sendo discutida.

Kick-ass, de 2010, teve uma relevância maior desde sua HQ, que transformava pessoas reais em heróis com identidade secretas. A HQ aumentou e influenciou a criação de personagens reais como Phoenix Jones e muitos outros. Pra mim, a adaptação ao cinema é a melhor já feita. Ela leva o “lado realista” que muitos amam nos Batman do Nolan junto com as cores dos filmes da Marvel. O próprio Millar, no fim do primeiro volume de Kick-ass 2, concorda com isso.

kickass

Kick-ass teve a importância acentuada por conta de seu diretor, Matthew Vaughn que fez tudo junto com Millar e chamou a atenção da Fox, onde foi fazer o excelente “X-Men: Primeira Classe”, que salvou os mutantes nas telonas.

Porém, adaptações foram feitas e para quem leu a HQ, sabe que o segundo filme não terá muito mais do que a inspiração do segundo volume. Pelo que se sabe, Vaughn só produzirá o segundo filme ao lado de Millar, mas eu duvido que estraguem a franquia.

E o escocês metido a “Stan Lee dos anos 2000” não para por aí, tendo vendido os direitos de sua HQ “Nemesis” em que um milionário se diverte sendo o “primeiro super-vilão do mundo”. Antes da série ser lançada, Millar chegou a dizer que a série era algo como “se o coringa fosse Bruce Wayne”. A HQ é ótima e ninguém poderia esperar menos quando na capa do primeiro número o letreiro já avisa “Faz Kick-Ass parecer uma Merd@”.

Superior já tem um tom mais leve e conta a história de um garoto que sofre de esclerose múltipla mas consegue se transformar num adulto superpoderoso num passe de mágica. Os direitos também foram comprados para transformá-lo num bom filme. Como eu sei que vai ser bom? Ora, quem comprou foi o espertão Matthew Vaughn que também vai produzir The Secret Service, contando a história de um jovem londrino que treina para ser “um novo James Bond”.

Existe também um filme sobre “American Jesus”, uma HQ de Jesus nos dias de hoje. Porém, ao contrário da HQ, o filme vai se iniciar apenas nos EUA e depois partir para a Escócia, pois Millar quer “fazer para Escócia o que Peter Jackson fez para Nova Zelândia”.

Tem mais: Millar tem a Supercrooks com um grupo de vilões desistindo dos EUA, por conta de tantos heróis, e partindo para a Espanha; War Heroes, que se passa durante a guerra no Irã e mostra o governo norte-americano criando soldados com poderes sobre-humanos; Jupiter’s Children que conta a história de descendentes de heróis que vivem como celebridade (Millar diz que essa é sua obra-prima e avisa que ela não será vendida para Hollywood, por enquanto).

E há também o trabalho direto no cinema, Miracle Park – sobre esse o escocês comentou pouco e há um bom tempo. Ao que se sabe, a trama levaria um grupo de ativistas até um laboratório de pesquisas em animais e descobria que estavam, na verdade, numa base Norte-Americana. O filme se passa na Escócia e será todo filmado com câmera na mão (ao estilo Bruxa de Blair/Cloverfield). Millar diz que o filme é uma mistura de X-Men com Trainspotting.

Ou seja, se você ainda não conhecia Mark Millar, vai acabar o conhecendo muito bem se começar a ler e assistir tudo que sai da cabeça de um dos caras mais ativos dos dias de hoje.

Por J. P. Neto

Nasceu quando Let It Be completava a maioridade e desde então vive de pizza, música, filmes, joguinhos, séries e quadrinhos. Não vê a hora da criação da vigésima quinta hora.